Meu Natal já se transferiu de tal modo para o íntimo nos últimos anos, acredito, mesmo se tivesse permanecido em Munique, eu passaria a noite em solitude dentro dos meus aposentos, como em comemoração meditativa, contemplação e recordação. Pois desde a infância inclino-me a estar só, sem ter família ou festa familiar, porém, conexões ilimitadas com o cosmo, estou destinado a sentir não o que está perto, senão a amplidão longínqua, é o que confere toda a potência e a autenticidade ao meu sentimento. E é como me sinto voltado para você nesse instante, quando lê esta carta, minha bondosa Mama, e com amor verá mais nítida a confirmação de minha proximidade, minha presença, do que ao perceber com os olhos dos sentidos.
Rainer Maria Rilke, Cartas Natalinas à Mãe
Thursday, November 18, 2010
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