Saturday, March 24, 2012

I

Celebro-me e canto-me
E aquilo que assumo tu deves assumir,
Pois cada átomo que a mim pertence a ti pertence também.

Vagueio e convido a minha alma,
À vontade vagueio a inclino-me a observar a erva do verão.
A minha língua, cada átomo do meu sangue, composto deste solo, deste ar,
Aqui nascido de pais aqui nascidos de outros pais aqui nascidos, e dos teus
pais também,
Eu, aos trinta e sete anos, de perfeita saúde começo,
Esperando que só a morte me faça parar.

Suspensos os credos e as escolas,
Retiro-me por certo tempo, de saturado mas não esquecido,
Sou o porto do homem e do mal, e seja como for falo,
Natureza sem obstáculos com a sua energia original.


XXVII

O que significa ser, em qualquer das suas formas?
(Às voltas e voltas andamos e voltamos sempre aí),
Se mais nada tivesse evoluído, suficiente seria a ameijoa na sua concha dura.

A minha concha não é dura,
Instantâneos transmissores percorrem-me quando ando e quando páro,
Eles tomam cada objeto e conduzem-no sem danos até mim.

Mexo, aperto, sinto com os meus dedos, e sou feliz,
Não posso deixar de tocar os outros.

Walt Whitman, Canto de Mim Mesmo

Sunday, March 04, 2012

''o pano nunca cai''

o problema da pessoa que foi traída é que ela precisa de todo tipo de reforço e segurança e prova e paciência e transparência na relação e uma vírgula no lugar errado já traz todo passado à tona e desencadeia uma série de pensamentos catastróficos onde tudo se une e parece ser mais uma peça do quebra-cabeça que se encaixa provando que novamente se foi logrado.

é difícil fechar os olhos.

what I used to be will pass away
and then you'll see... ou não.