Saturday, March 06, 2010

o fim e o começo.

Terminei as Visões de Cody e quero destacar que, no final, rolam explicações e comentários feitos pelo Allen Ginsberg sobre as gravações e lugares citados. Isso somou bastante ao livro, achei muito legal o jeito dele colocar as coisas e também defender a obra. Ainda tenho um trecho anotado para postar aqui, mas como comecei a ler Sexus e já estou completamente enloquecida amando cada linha, vou deixá-lo pra depois. Fato engraçado foi que, há algumas noites, antes de dormir, eu pensei "que saudade de ler Henry Miller" (devaneio meigo, ok?). Então, no dia seguinte, seguindo minha rotina marota, saí visando comprar algo pro almoço e acabei entrando num sebo (vou ali de tempo em tempo pra ver se tem alguma novidade) e quando já estava quase desistindo de achar algo, avisto, rente ao chão, na última (ou poderia ser chamada de primeira) prateleira... aquela capa laranja vulgar, onde os peitos na foto e as letras enormes em amarelo berrando "SEXUS" brigam para ver quem chama mais a atenção. Paguei os 7 reais, tinha apenas 10. Logo, não pude comprar comida e voltei pra casa com aquela sensação de dever cumprido (entenda se quiser). Lamentei não ter encontrado-o da outra vez, se tivesse eu poderia ter lido na ordem certa (como já devem ter notado - ou não - pelos posts, eu li Plexus ano passado).


"Ela não está no salão. Poderá estar deitada na cama lendo um livro, poderá estar fazendo amor com um campeão de boxe, ou poderá estar correndo como louca através de um campo de restolho, um sapato num pé, o outro descalço, um homem chamado Espiga de Milho perseguindo-a furiosamente. Onde quer que ela esteja, eu estou na escuridão completa; sua ausência me anula."

xxx

"Há trinta anos venho carregando a cruz de ferro de ignominiosa servidão, servindo mas não acreditando, trabalhando mas não recebendo salário, repousando mas não conhecendo paz nenhuma. Porque eu deveria acreditar que tudo mudará subitamente, bastando apenas possuí-la, apenas amando e sendo amado?
Nada mudará a não ser eu mesmo."


Henry Miller, Sexus

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