Tuesday, March 30, 2010

coração partido.

Que a maioria das pessoas é escrota e não valem nada todo mundo sabe. Como sempre, fui brindada com uma prova disso. Desci do trem e saí andando pela estação, onde sempre tem uns vira-latas circulando livremente. Então avisto uma cadela toda feliz indo em direção a uma mulher sentada com seus 20 anos, pele escura, cara fechada e um penteado que jamais entenderei. Não, ela não estava comendo nada, caso achem que o bichinho foi encomodar. A cã nem encostou na bagaceira, apenas chegou perto balançando o rabo e a ex-escrava a enxotou com uma agressividade que, quem visse, pensaria que ela tinha sido avisada que voltaria pra senzala a mando de um cão. Bom, uma pena que as pessoas sejam tão ignorantes a ponto de descarregar seus problemas em um animal indefeso que só buscava um pouco de atenção. Fui até a filha da puta com o meu olhar de desprezo total e acariciei a bichana que, instantaneamente, começou a pular e na maior alegria me seguiu por 5 quadras até em casa. Caminhei sem olhar pra trás para não ter nenhum contato que motivasse a cachorrinha, mas ela já estava decidida a morar comigo. Cheguei no prédio com o coração na mão, querendo morrer por ter que deixar ela ali, mais uma vez rejeitada. Se eu morasse em uma casa, ou mesmo num apartamento de tamanho normal, não pensaria duas vezes, adotava mais uma, mas na minha situação é impossível. Bom, ela ficou sentadinha na escada do prédio e eu entrei. Não esquecerei aquele olhar.

E não me torrem com o papo de racismo. Se fosse uma polaca eu chamaria de nazista ou de qualquer outra porra que a rotulasse. Honre sua cor (eu diria CARÁTER, mas como as pessoas curtem mesmo é se vitimizar por coisas menores, vamos com a maré!), não jogue lixo no chão e não maltrate os animais, então te libertarei.

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