Mas naquela época, justamente em meio a estas comoções e perturbações, descobri que, se desejasse realmente libertar-me da minha rigidez e tomar um decisão, cada um dos meus atos, e todos os movimentos que existiam em mim iam sempre ao teu encontro, e te procuravam. Então, quando pela primeira vez, após este luto apático, vi-me obrigado a pensar novamente no dia de amanhã, quando atrás de ti ergueu-se novamente o destino, enviando-me a dura pergunta através da tua voz que se havia tornado estranha: "O que queres fazer?" - neste momento todo o gelo pareceu derreter-se em mim. Da geleira brotou a onda, arremessando-se com todo vigor ao encontro da margem, sem hesitações e sem dúvidas. Quando me perguntaste sobre o futuro e me encontraste indefeso, e eu passei uma noite insone, atormentado por esta angústia, soube, ao reencontrar-te de manhã, que és a amiga sempre nova, sempre jovem, a minha eterna meta, e que para mim existe apenas uma realização que tudo abrange: ir ao teu encontro.
As tuas cordas são ricas, e por mais longe que eu possa ir - sempre estás novamente diante de mim.
Rainer Maria Rilke, O Diário de Florença
only your words melt my twenty year freeze
Descendents - In Love this Way
Estou falida e não tenho como comprar livros, então decidi tentar terminar de ler Do Outro Lado do Rio, Entre as Árvores do Hemingway. Insuportável define essa obra, mas sou contra deixar algo pela metade, até para não falar mal injustamente. Tentei achar beleza nos livros dele, já li três ou quatro, não me recordo. Não entendo como ele ganhou Prêmio Nobel de Literatura. Quem acha que ele foi legal... precisa ler algo além de O Velho e o Mar. Digo isso sem arrogância ou pretensão, apenas sinceridade. Sem mais.
Tuesday, October 26, 2010
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment