"Quando ando no meio de outras pessoas não me sinto bem. O que elas falam e o intusiasmo que demonstram nada têm a ver comigo. O mais curioso é que é justamente quando estou na companhia delas que me sinto mais forte. Me vem a idéia seguinte: se podem existir só com esses fragmentos de coisas, então eu também posso. Mas é quando estou sozinho e todas as comparações se reduzem a mim mesmo contra as paredes, contra a minha própria respiração, contra a história, contra meu fim, que começam a ocorrer coisas estranhas. Sou evidentemente um sujeito fraco. Experimentei ler a bíblia, os filósofos, os poetas, mas pra mim, de certo modo, erraram o alvo. Ficam falando de uma coisa completamente diversa. Por isso há muito tempo desisti de ler. Encontro um pouco de conforto na bebida, no jogo e no sexo e dessa forma me assemelho bastante a qualquer membro da comunidade, da cidade e do país; a única diferença é que não tenho o menor interesse em "vencer", constituir família, ter casa própria, um emprego respeitável, etc e tal. Portanto, lá estava eu: sem ter nada de intelectual, de artista; nem tampouco as raízes redentoras do homem comum. Me sentia dependurado com uma espécie de rótulo indeferido e muito receio, sim, que isso marcasse o início da loucura."
Buk.
Sunday, October 19, 2008
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