Quem nos inverteu assim, para que,
não importa o que façamos, estarmos na postura
de alguém que se vai? E como aquele, na última
colina, da qual vê - uma vez mais - o seu vale
por inteiro, volta-se, aguarda, hesita -:
assim vivemos nós, sempre em despedida
Rainer Maria Rilke, Elegias de Duíno
Tuesday, February 15, 2011
Monday, February 14, 2011
VIII
Só no espaço do louvor, o lamento
pode soar, ninfa da fonte do medo,
pairando sobre nosso tormento;
lágrima clara no mesmo rochedo
que suporta altares e portais.
Vê: sustenta nos ombros potentes
a certeza de que ela seria a mais
jovem dentre as irmãs no sentimento.
Júbilo professa, saudade confessa;
só a queixa ainda aprende. Sem pressa,
desvela, noites a fio, o mal atroz.
De repente, inexperiente e curva,
ergue a constelação de nossa voz
para os céus que seu sopro não turva.
Rainer Maria Rilke, Os Sonetos a Orfeu
pode soar, ninfa da fonte do medo,
pairando sobre nosso tormento;
lágrima clara no mesmo rochedo
que suporta altares e portais.
Vê: sustenta nos ombros potentes
a certeza de que ela seria a mais
jovem dentre as irmãs no sentimento.
Júbilo professa, saudade confessa;
só a queixa ainda aprende. Sem pressa,
desvela, noites a fio, o mal atroz.
De repente, inexperiente e curva,
ergue a constelação de nossa voz
para os céus que seu sopro não turva.
Rainer Maria Rilke, Os Sonetos a Orfeu
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